Quem aqui nunca passou por uma situação em que bebeu muito, além da conta, e no outro dia não lembrava de nada ou da maioria das coisas?
Você não está só. Uma nova pesquisa sugere que algumas pessoas são mais suscetíveis a esquecimentos do que outras.
A diferença entre os que esquecem e os que não é visível no cérebro. Aqueles com tendência a esquecer as besteiras do dia anterior mostram respostas diferentes nas áreas relacionadas à memória e atenção, mesmo que a quantidade de álcool ingerida seja pequena.
A boa e velha desculpa
“Estamos estudando basicamente a perda parcial de memória após beber muito. Você consegue lembrar ‘pedaços’ das coisas, se tiver dicas sobre elas”, afirma o pesquisador Reagan Wetherill. “Às vezes, o cérebro não está necessariamente online, pegando a informação e registrando o que está acontecendo”.
E como todos nós sabemos, esses esquecimentos podem trazer consequências. Os especialistas ainda não estão estudando a total amnésia (esquecimento completo da noite anterior), mas sugerem que isso seria uma extensão do esquecimento parcial: quando mais álcool, maior o esquecimento.
Bêbado no laboratório
Os pesquisadores estudaram 24 amigos estudantes que costumam sair duas ou três vezes por semana, consumindo cerca de cinco bebidas por noite, uma quantidade considerada suficiente para ficar “alterado”.
Eles dividiram os bebedores em dois grupos: os que têm um histórico de esquecer as coisas após a noite, e os que não têm. Imagens cerebrais foram coletadas enquanto eles faziam testes de memória, estando sóbrios ou após alguns drinks.
Quando sóbrios, os dois grupos mostraram resultados similares. Mas mesmo após quantidades pequenas de álcool, até duas cervejas ou taças de vinho, os pesquisadores observaram grandes diferenças na atividade cerebral.
Por exemplo, aqueles que costumam ser “esquecidos” mostram menos atividade nas partes responsáveis por transformar experiências em memórias, bem como nas partes responsáveis pela atenção e funções cognitivas.
“O que pode acontecer é que alguns indivíduos têm um cérebro que consegue compensar até o ponto em que você põe uma carga cognitiva muito grande, como o álcool, e ele fica sobrecarregado”, afirma Wetherill.
A máxima “Se eu não lembro, eu não fiz” não pode mais ser usada. De fato, é possível se esquecer do que fez, mas para se esquecer, você tem que ter feito algo, não? O seu cérebro apenas não registrou a sua ação (quem sabe até ele ficou com vergonha e preferiu “deixar pra lá”).
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