Tá difícil tomar decisões racionais na hora de resolver os dilemas da vida? Então tente pensar sobre seus problemas em inglês, espanhol ou em qualquer outro idioma estrangeiro. Psicólogos da Universidade de Chicago garantem: quando pensamos sobre um assunto em outra língua, o lado racional se sobrepõe ao emocional.
Eles fizeram testes (o estudo é esse aqui) com estudantes para testar a teoria. Quem topou odesafio teve de resolver alguns problemas – apresentados em idiomas estrangeiros ou na língua nativa do participante. Eram situações como essa aqui:
Uma epidemia se espalha rapidamente pelo país (tipo os zumbis do seriado The Walking Dead) e, sem medicamento, 600 mil pessoas morrerão. Você precisa escolher entre dois remédios:
1. Medicamento A: 200 mil pessoas serão salvas;
2. Medicamento B: há um terço de chances de salvar 600 mil pessoas e dois terços de chances de não salvar ninguém.
E aí, qual você escolhe?
Segundo os psicólogos americanos, a maioria das pessoas opta pelo medicamento A, marcado como algo que vai “salvar vidas”. Elas preferem a segurança de poupar 200 mil pessoas ao risco de curar ou matar todas. Então eles repetiram o cenário, mas sob uma perspectiva diferente.
1. Medicamento A: 400 mil pessoas morrerão;
2. Medicamento B: há um terço de chances de salvar 600 mil pessoas e dois terços de chances de não salvar ninguém.
Nesse caso, a maior parte das pessoas prefere o remédio B. É exatamente a mesma situação. Mas, nesta nova sentença, as 400 mil mortes do remédio A ficam mais em evidência do que as200 mil vidas salvas.
E o que isso tem a ver com os idiomas? Nos experimentos, os psicólogos perceberam que, quando as situações eram apresentadas em idiomas estrangeiros, os participantes eliminavam a aversão ao risco. Ou seja, não importava a ordem das sentenças, a escolha era sempreracional. Melhor correr o risco de salvar todo mundo do que ter a certeza de matar dois terços da população.
Os pesquisadores dizem que mesmo frases fofas, como declarações de amor, não têm o mesmoefeito emocional para o ouvinte quando são pronunciadas em um idioma estrangeiro ao dele. É como se nós não sentíssemos as mesmas emoções quando falamos outra língua. Parece que precisamos mais do lado racional para falar outro idioma, e, então, deixamos as emoções mais escondidas.
Então é isso: se for pra amar, pense em português; ser quiser ser racional (e frio), pense em uma língua estrangeira. Se alguém testar a teoria, conta o resultado pra mim.
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