Sophia Wastler, 36 anos, é uma mulher normal. Natural do estado da Virgínia, EUA, ela apenas evita a leitura de jornais impressos, cumprimentos com apertos de mão e ficar descalça na presença de outras pessoas. O motivo? Suor excessivo. “Você acha que você é uma aberração e sofre em silêncio”, confessa.
Sophia demorou 31 anos para saber por que suas axilas, palmas das mãos e solas dos pés estavam constantemente encharcadas. Ela tinha ido a um novo médico por outras razões que não o suor e, em vez de dar-lhe uma desculpa qualquer para escapar do aperto de mão, ela deixou escapar: “Minhas mãos estão sempre suadas”.
O médico logo percebeu que se tratava de um caso de hiperidrose. Essa foi a primeira vez Sophia ouviu falar de um problema de saúde que provocasse sudorese excessiva. “A hiperidrose focal primária é quando você sua excessivamente, e esse suor não está ligado a nenhum outro problema médico ou efeito colateral de um medicamento”, explica Dee Anna Glaser, professora de dermatologia na Faculdade de Medicina da Santa Louis University.
Por exemplo, se você está dentro de casa, fazendo algo simples como assistir TV, e você está encharcado em suor – muito mais do que os outros a seu redor – algo está errado. Não se trata de um suor saudável, que tem o objetivo de simplesmente manter seu corpo fresco. É o caso de uma transpiração excessiva.
A transpiração extrema ocasionada por diabetes, sudorese noturna ou calores da menopausa geralmente ocorre em todo o corpo. Na hiperidrose primária, entretanto, a pessoa transpira em certas áreas específicas, mais comumente nas axilas, palmas das mãos ou no rosto. Pode também ocorrer no couro cabeludo, nas solas dos pés, na região da virilha ou ao longo do tecido mamário.
A hiperidrose muitas vezes começa na infância ou adolescência, e tende a ser algo genético. “Há um estigma negativo sobre a transpiração. As pessoas muitas vezes não querem falar sobre isso ou pensam que apenas precisam tomar banho mais regularmente ou encontrar o desodorante certo”, explica Glaser. “A maioria das pessoas não percebem que a transpiração excessiva é um problema de saúde e que há tratamento para isso”, ressalta.
Médicos suspeitam que a causa da hiperidrose tenha alguma ligação com o sinal vindo do cérebro que manda as glândulas sudoríparas produzirem mais suor quando não é necessário. Pessoas que sofrem com a disfunção possuem glândulas sudoríparas normais em termos de número, tamanho e função.
O tratamento geralmente começa com antitranspirantes mais fortes, receitados pelos médicos. Injeções de Botox a cada seis ou sete meses também têm se mostrado eficazes. Os especialistas afirmam que não há problema em utilizar antitranspirante nas mãos e nos pés se você tende a suar muito nessas partes do corpo.
Pessoas com hiperidrose podem suar de quatro a cinco vezes mais que o normal. E, embora os homens suem mais que as mulheres, ambos sofrem igualmentede hiperidrose. Porém, como foi o caso de Sophia Wastler, elas buscam tratamento com mais frequência do que eles. E procurar ajuda deu certo. “A vida começou para mim aos 31 anos,” admite Sophia, que tem se submetido a aplicações de Botox e vem usando uma palmilha especial para os pés.
Nenhum comentário:
Postar um comentário