O estudo, feito em parceria com cientistas da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), mostrou que até o sistema imunológico muda com o tempo em pessoas que passam por grandes períodos de solidão.
Alguns genes entram em super atividade em pessoas socialmente isoladas, e a maioria deles está ligada a respostas antivirais e à produção de anticorpos. Isso leva a uma disfunção destas tarefas do organismo, e o corpo perde boa parte de suas defesas naturais.
Isso acontece, segundo os cientistas, porque o corpo humano tem uma capacidade imunológica limitada: ele precisa escolher entre lutar contra ameaças virais ou proteger o corpo contra a invasão de bactérias. Como o solitário tende a ver o mundo como um lugar ameaçador, o corpo foca as atenções contra as invasões externas de bactérias, abrindo caminho para ação dos vírus.
Nesse momento, o problema fica ainda mais intenso. O organismo desprotegido aumenta o risco de desenvolver tumores cancerígenos, infecções e doenças no coração. Em um estágio ainda mais elevado, os hormônios são afetados, e nasce o risco de complicações como um ataque cardíaco fulminante ou um derrame. A solidão joga um papel em todas essas ameaças.
O agravante, no caso da solidão, é um problema cíclico. Quanto maior a solidão de uma pessoa, mais cresce sua tendência a ter uma saúde ruim, e os efeitos dessa saúde tornam o paciente ainda mais isolado.
O motivo deste ciclo é uma consequência natural: a solidão não apenas faz o solitário infeliz, mas também mais inseguro, e o corpo sabe interpretar estes sinais.
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