Salo, os 120 dias de Sodoma é um dos filmes mais bizarros que já vi

Este sem duvidas foi um dos filmes que me marcou bastante, ele a primeira vista é completamente insano e imoral, mas isto aos olhos de leigos assim como eu, possui toda uma mensagem e tudo que acontece é resumidamente um tipo de crítica ao fascismo. Este filme foi adaptado de um livro, seu criador desenvolveu uma série de histórias bizarras, o cara que criou esses "contos" chama-se Donatien Alphonse François de Sade, ou simplesmente Marquês de Sade, para se ter uma idéia de seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros.

Muitas das suas obras foram escritas enquanto ele estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte.
Os fatos repugnantes do filme são vastos, dentre eles possuem: almoço com fezes, contos sexuais bizarros, coleira posta nos jovens e mutilações brutais. O filme foi dirigido por Pier Paolo Pasolini em 1975



Sinopse:
 Uma das obras mais perturbadoras da história do cinema, provoca até hoje a ira em muitos de seus espectadores. Baseado livremente em histórias de Marquês de Sade ("Círculo de Manias", "Círculo da Merda" e "Círculo do Sangue"), passa-se na Itália controlada pelos nazistas, onde quatro libertários fascistas sequestram 16 jovens e os aprisionam em uma mansão com guardas. A partir daí, eles passam a ser usados como fonte de prazer, masoquismo e morte.


Crítica:
 Neste filme Pasolini mostra sua concepção de uso do poder e da condição da miséria humana, com um distanciamento e frieza assustadora.
O roteiro é estruturado em quatro ciclos: o “Anti-inferno”, o “Círculo das Obsessões”, o “Círculo da Merda” e para fechar o “Círculo do Sangue”. Juntamente com este universo de doentio exercício do poder, a manipulação e resignação servem de ferramentas para construir uma lei própria e escrita, às vezes reescrita, para que os quatros fascistas consigam usufruir de tudo e de forma que obtenham o maior prazer possível. Estes homens representam o poder em suas quatro formas de dominação: o Duque, a nobreza; o Bispo, a igreja; o Presidente, a política; e o Magistrado, a lei.
Os traços do neorrealismo italiano estão presentes na película de Pasolini, planos abertos, som ambiente, falta de dramatização, distanciamento, ceticismo e completa não humanização dos personagens, como na cena em que uma menina é recusada por faltar um dente, alusão de como se escolhe um animal. Neste estilo cinematográfico, cenas de violência, humilhação e submissão que foram consideradas extremamente repugnantes, prova é que o filme foi censurado na Itália dominada pelo fascismo, e ainda é proibido em muitos países. Sem o aprofundamento dos personagens, o próprio espectador acaba não enxergando humanos na tela. Nem nos momentos de prazer os quatros poderosos apresentam grande êxtase, eles mantêm uma personalidade linear, sem grandes alterações e demonstrações de temperamento.
Ao decorrer do filme as relações de poder se intensificam. Há cenas em que algumas das vítimas demonstram gostar da submissão, porém o auge do sistema é em uma seqüência de delações que revela a inabilidade de resistência à opressão. Seqüência, que por sua vez, arrancou poucas risadas ouvidas durante as duas horas de sessão.
Um final aberto é revelado após cenas de violência extrema intensificada por uma das únicas músicas usadas na película.

Aqui vão alguns cliques do filme:







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